segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Deuses Europeus - Parte I


A América entrou na fase da puberdade na cronologia da terra a partir dos anos 90, com a maioria dos países completando cinco séculos de existência. As datas dos aniversários desses países se dão a partir da chegada do europeu, só que isso dá a entender para qualquer aluno leigo que tais territórios foram 'trazidos' ao mundo pelos ibéricos civilizados. Mas civilizados em que aspecto?

Este texto está dividido em 5 (cinco) partes, cada qual aborda sobre os principais viajantes que aportaram na América.

1) A serviço dos reis de Castela e Aragão

Cristóvão Colombo tinha como projeto original chegar até as Índias traçando outro cominho, pretendendo ir além dos feitos de seu conterrâneo Marco Polo, que encontrou a China do imperador Kublai Khan. Apegado à religião católica, procurava meios para financiar uma última cruzada para retomar o domínio de Jerusalém dos islâmicos e teve como seus patrocinadores para a viagem os reis católicos da Espanha, Fernando de Aragão e Isabel de Castela.

O navegador estava convencido do formato esférico da Terra, e que dessa forma poderia alcançar seu objetivo mesmo indo pelo lado contrário das rotas conhecidas até então: o Mediterrâneo, que estava sob domínio muçulmano, e circundando a África.

Só que, ao invés da Ásia, a caravela do genovês avistou uma das ilhas da atual Bahamas em outubro de 1492, que continha nativos totalmente distintos (e desnudos) em relação aos indianos (daí o nome 'índios' para os povos pré-colombianos de todo o continente). Colombo batizou essa ilha de São Salvador.

Não demorou muito tempo para a tripulação perceber que o lugar não era o almejado continente asiático. Cristóvão e sua tropa, visto que não encontraram nenhum material de valor (especiarias e ouro em abundância) para montar sua cruzada onírica, tiraram proveito do tráfico de escravos indígenas para compensar o prejuízo para com os reis espanhóis.

Com essa medida desesperada e frustada Colombo deu início à dizimação indígena na parte insular da América Central (no total foram quatro expedições entre idas e vindas da Europa, aportando também nas atuais Cuba, Haiti e Jamaica), os negros africanos foram seus substitutos após a extinção.

É comum em livros didáticos ou outras mídias que abordam o feito do genovês a retratação de um homem sonhador, empenhado, racional e bondoso, a principal é o filme 1492 - A conquista do Paraíso (de Riddley Scott, 1992). Porém, alguns relatos indígenas preservados revelam um Colombo arrogante, prepotente e ambicioso, que nunca impediu a apreensão muito menos a matança dos nativos. Pelo contrário, pensava que desse modo ia mostrar que os europeus tinham poder sobre os índios.

Cego pela devoção ao catolicismo, os esforços do explorador genovês não foram reconhecidos na época. Coube a outro viajante tal façanha, que será explicada no próximo artigo.


Um comentário:

  1. Fala Ogata... gostei do texto, mas qqr dia escreva sobre a historia da asia, africa e oriente medio ou seja coisas que agente nao aprende no colegial, seria mto bom ler sobre isso.

    abraço!

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